É indiscutível e, quem sabe, até mesmo desnecessário, afirmar que estamos vivendo num mundo em contínua e hiperacelerada transformação. Sobreviverão, daqui para frente, não os mais fortes e poderosos, mas aqueles que aprenderem e assimilarem a saborosa e (por que não?) amarga arte de MUDAR.
Especialistas em megatendências afirmam que o conhecimento já está vindo com data marcada para “caducar” e que 80% das tecnologias usadas por nós nos dias atuais, estarão, inevitavelmente, obsoletas nos próximos 10 anos.
Em tal contexto, em primeiro lugar, não podemos abrir mão de possibilitar a eficiência e a eficácia da qualidade do processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos curriculares, imprescindíveis para os nossos estudantes participarem com segurança, competência e sucesso das avaliações nacionais de ensino (os “benditos?” concursos vestibulares), assim como dos processos avaliativos que os habilitarão a assumir, num futuro bem próximo, as mais diferentes profissões em nossa sociedade.
Contudo, em segundo lugar, também torna-se imprescindível que nossas instituições educacionais possibilitem e comprometam-se com um processo educacional que, de fato, promova a formação de seres humanos inquietos e íntegros. Pessoas que atuem positivamente em favor da construção efetiva de uma sociedade onde todos e todas possam viver plenamente a dignidade humana.
Utopia? Sim, utopia! Afinal, o que poderia dar mais sentido à nossa desafiadora, dolorosa e sublime missão de educar, senão a certeza de que há algo mais (um horizonte ou uma estrela cadente!), para iluminar e alimentar o nosso cotidiano?
O Colégio Maria Clara Machado, do qual sou diretor, escolheu, nos últimos anos, o seguinte tema para ser contemplado e vivenciado entre os estudantes e seus professores e familiares, em todas as atividades curriculares e projetos interdisciplinares: aprender a CUIDAR de si, do outro, do mundo e da vida e, por outro lado, aprender a CUIDAR DA PAZ consigo, com os outros, com o mundo e com a vida.
O tema é extremamente atual, desafiador e exige coragem para assumi-lo no cotidiano escolar. Afinal, percebemos que, apesar do mais alto nível de desenvolvimento tecnológico a que chegamos, nós, seres humanos, ainda não alcançamos os patamares básicos da convivência humana, cidadã, ética e ecológica. Daí, o crescente e vertiginoso índice de violência ao qual somos cotidianamente submetidos.
Contudo, hoje, mais do que nunca, precisamos assumir que EDUCAR é, sobretudo, OUSAR corajosamente, em busca de novos paradigmas que norteiem nossa práxis educativa.
Sempre haverá uma nova luz para tocar e iluminar todos e todas. Basta, num gesto de fé, deixar-se guiar por tal LUZ e desarmar-se! Assim, a luz tocará todo o nosso ser através de meigos olhares, de palavras simples, de gestos nobres e, até mesmo, da maestria dos ensinamentos do silêncio!