Onda ou Água?

Em geral, podemos viver a nossa vida em duas dimensões: a dimensão histórica, como uma ONDA e a dimensão transcendente, como a ÁGUA.

Você já prestou atenção, quando vai à praia, na formação das ondas do mar? De repente, elas se formam (nascem), ficam altas e fortes e, em seguida, quebram na praia, com suas águas, antes aparentemente poderosas, misturando-se com a areia.

A ONDA se caracteriza pelo nascer e pelo morrer. Forma-se e, em seguida, desaparece. Num momento está muito alta e, em outros, fica tão baixa que chega a arrastar-se na areia da praia.

Também nós vivemos essa dimensão ONDA. Temos certidão de nascimento, carteira de identidade e tantos outros números de documentos. Existimos aqui e agora. Tivemos um início, teremos um fim. Vivemos momentos altos e baixos. Muitas vezes, necessitamos começar tudo de novo, reconstruindo-nos para, depois, tornar-nos grande outra vez. Choramos. Sorrimos!

No mundo das ÁGUAS não há o início nem o fim! Não há o nascer e não existe o morrer. Quando somos capazes de perceber a água, sentimos a sua realidade numa dimensão plena, totalizadora, inquestionável. Água, simplesmente ÁGUA. Desde sempre. E para sempre, com a mesma serenidade ou com a mesma bravura!

Assim, cotidianamente, nos encontramos frente a dois caminhos: o horizontal e o vertical. O horizontal já está definido: vivemos no agora em direção a um fim, que chegará. Inevitavelmente! No caminho vertical há um convite perene convocando-nos para alimentar e cuidar da nossa essência, que é a nossa busca inquieta por algo mais. Algo que possa tornar pleno de sentido o nosso início e o nosso fim. Cada ser carrega em si o dom de ser muito mais do que é. Mais que onda. ÁGUA!

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